quinta-feira, 22 de abril de 2010

O ECLIPSE DA ESPERANÇA

Dizem que a atual civilização entrou num beco sem saída. Talvez isso seja verdade. Se assim for, quem sabe tenhamos uma explicação para a desesperança que atinge a nossa sociedade.

Nestes tempos de crise o ser humano já não crê em nada. Para ele Deus está morto, o homem não é digno de crédito, as utopias e grandes projetos sociais caducaram e a história acabou... O que sobrou, então ?! Nada ! Vive-se o vazio, a insignificação e a solidão. O homem sem referenciais e paradigmas corre de um lado para o outro, experimentando novas situações, conhecendo novas idéias, mas sem encontrar o sentido do existir, o motivo pelo qual lutar, a verdade pela qual viver.

Desnorteado, o homem entregou-se ao prazer. Sem projetos, ele apostou no hedonismo como válvula de escape. Afinal, se nada faz sentido, se não há um futuro a construir, se a esperança morreu, então “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”, diziam os epicuristas. Torna-se mister desfrutar ao máximo o momento presente. É nessa ânsia que o ecossistema tem sido destruído, que populações têm sido dizimadas pela guerra e pela fome oriunda das desigualdades sociais, que jovens são mortos fazendo uso de “overdoses”, e que crianças são condenadas à marginalidade.

Tal situação faz com que muitos acreditem que o sonho acabou, morreu. Agora é o “salve-se quem puder”! Não há mais lugar para projetos coletivos e sociais. Cada pessoa deve cuidar de si, pois o individualismo reina. Eis o super-homem de Nietzsche: alguém que não sabe compartilhar, entregar-se e doar-se. Sabe apenas ter, reter e buscar poder.

O homem, portanto, está doente. Abandonou o sonho, deixou de acreditar no “lugar acima de todos os lugares”(utopia) e perdeu a fé no que virá. Não apenas chegou à maioridade, mas envelheceu e caducou. Precisa, então, ser curado.

O poeta disse: “porque Ele vive, posso crer no amanhã”. Sim, porque Ele vive nós vivemos, sonhamos, continuamos a construir o presente com os olhos fitos no futuro, no Reino que se consumará. O nosso sonho não morreu, a nossa esperança não está eclipsada. Aliás, a esperança não existe em si mesma. Ela tem uma razão de ser, um fundamento... A razão da nossa esperança é Cristo!


Pr. Diogo Magalhães

Nenhum comentário:

Postar um comentário