quinta-feira, 22 de abril de 2010

BUSCANDO UM DEUS QUE SEJA VERDADEIRAMENTE DEUS

A experiência religiosa é universal. Nos diversos momentos da história e nas mais variadas culturas é notável a presença do fenômeno religioso, essa busca da experiência de um relacionamento pessoal com o Ser Divino. Apesar disso, é perceptível, também, que muitas das experiências aparentemente “religiosas” não são verdadeiras, pois nelas se desenvolve o culto à criatura e não ao criador. A este fato dá-se o nome de idolatria.

Para muitos, a idolatria acontece quando o homem cultua uma imagem que seja inferior à divindade, mas na verdade o seu conceito pode ser muito superior a esse. Ela não é apenas buscar o “deus errado”, mas é também ter a consciência errada do Deus verdadeiro, pois muitas vezes o que o ser humano procura é um deus que seja a sua imagem e semelhança. Ludwig Feuerbach, importante pensador do século XIX, já falava disso quando entendeu que a experiência religiosa era uma experiência de auto-projeção humana. O seu erro, infelizmente, foi criar um reducionismo, foi generalizar. Em parte, entretanto, ele estava certo, pois muitas experiência “religiosas” não passam disso: são apenas experiências do homem com sua auto-imagem, do ser humano consigo mesmo.

Por isso, hoje mais do que nunca precisamos buscar uma experiência religiosa baseada na relação com o Deus que seja verdadeiramente Deus. Talvez alguém pergunte como? A resposta é: deixando que Deus seja Deus. Para isso é preciso reconhecer sua soberania e arbítrio sobre a vida humana. Talvez outro ainda questione: mas Deus não é Deus independente de mim? E a resposta é: é verdade. Alguém não pode impedir Deus de ser Deus, mas pode evitar que ele seja Deus para si.

Paul Tillich, renomado teólogo protestante do nosso século, pensando nessa discussão, chegou a dizer: “para que Deus seja, é preciso que deus deixe de existir”. Em outras palavras, a verdadeira experiência religiosa e o verdadeiro culto a Deus só podem acontecer no momento em que a idolatria for abandonada, seja ela firmada no “falso deus”, ou no erro quanto à percepção de Deus, fazendo com que o verdadeiro Deus seja cultuado pelo homem. Esse Deus de que falamos é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Também é o Deus de Pedro, Paulo e João... Ele é o Deus revelado em Cristo, nas Escrituras.

Pr. Diogo Magalhães

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