quinta-feira, 22 de abril de 2010

RESGATANDO A ESPIRITUALIDADE DO NATAL

A espiritualidade está em alta! Isso pode ser constatado, dentre outras coisas, através de best-sellers como “O Monge e o Executivo”, que está na lista dos mais vendidos há meses. Enquanto há alguns anos percebia-se o movimento da secularização da religião, hoje se observa um processo de espiritualização do secular. Isso pode ser visto nas grandes empresas do país e do mundo, e através de publicações direcionadas à área de negócios.

Tal constatação nos mostra que a tendência de não se comemorar o Natal é anacrônica, está fora do espírito de nosso tempo. Enquanto muitos discutem questões históricas e teológicas a respeito do Natal, teorizando sobre sua existência, finalidade e continuidade, o essencial se torna irrealizado: o espírito do Natal deixa de ser vivido pelas pessoas.

Ao se acessar a internet nesta época do ano encontram-se muitos artigos que estão na rede apenas para polemizar questões o que acaba desviando as pessoas do foco, que é Jesus. O mesmo acontece em algumas instituições religiosas, em que prédicas são feitas em torno do salvador, ressaltando determinadas minúcias, e não a sua pessoa e obra. Discute-se, por exemplo, se o dia do nascimento foi realmente 25 de dezembro, se o ano foi com certeza o ano 1 da Era Cristã, se a estrela e os sábios do oriente são reais, se as casas podem ou não ser adornadas, se deve haver troca de presentes ou não, e etc. Tais discussões só promovem fragmentação e radicalismos.

Ademais, argumentos têm sido utilizados para desprestigiar a Festa do Natal e sua comemoração. O primeiro deles é que não se deve comemorar o Natal, pois não se sabe exatamente a data do nascimento de Jesus. É verdade que não há como definir concretamente datas a respeito do nascimento do salvador. Se ele nasceu no ano 1 da Era Cristã, como diz a tradição, ou no ano 6 a. C., como afirmam estudos históricos mais recentes, não há como ter posição definitiva. O que a História pode fazer é “diminuir o campo das incertezas”, e não estabelecer as certezas. Se Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, ou em alguma data do mês de setembro, como querem os “neo-judaizantes evangélicos”, não há como se certificar, pois as Escrituras não são claras quanto à questão. Usar o argumento de não comemorar o Natal por “ser uma festa pagã”, como se ouve em nossos dias e trocá-la pela Festa dos Tabernáculos, é “trocar seis por meia-dúzia”, pois esta também não seria uma festa cristã. Não faz qualquer sentido tal mudança.

Outro argumento é o que incentiva a não comemoração do Natal por causa de sua secularização. Alguns vêem no Natal puro comércio, sendo o maior interessado nessa festa o Mercado. É inquestionável a secularização do Natal, quando se dá muito mais valor à troca de presentes, à festa e às comemorações em si, do que ao motivo que as origina. Mas isso não é razão para deixar de comemorá-lo. Ao contrário, o que os cristãos convictos deviam fazer é anunciar a todos o real sentido dessa festa: que Deus deu um presente aos homens, o seu Filho nascido para reconciliá-los consigo.

Uma terceira idéia corrente, que desestimula a comemoração natalina de alguns é o fato de que se fala hoje muito mais sobre Papai Noel, do que sobre Jesus Cristo. È verdade que há uma hiper-valorização da imagem de São Nicolau, como um homem bom, que dava presente às pessoas. O que pode ser feito, porém, é colocar Jesus novamente como foco principal, mostrando que maior bondade foi a dele ao entregar-se sem culpa pelos pecados da humanidade, trazendo salvação e esperança de vida eterna.


Pr. Diogo Magalhães

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