sexta-feira, 24 de junho de 2011

Repensando a Igreja Contemporânea

Penso que a igreja contemporânea necessita repensar sua estrutura e paradigmas. Não podemos continuar trabalhando com um modelo específico e muitas vezes ultrapassado, mas precisamos usar alguns elementos de vários modelos comuns em nosso tempo, repensando a realidade eclesiástica.

A igreja contemporânea precisa se estruturar em “pequenos grupos”, não visando ser uma igreja em células, mas uma igreja com células, que tenha uma estrutura comum, mas que ao mesmo tempo, tenha reuniões em grupos menores, onde haja mais calor humano.

As tendências hodiernas requerem que trabalhemos com propósitos definidos, para que a igreja tenha objetivos claros, o que deve ser feito, mas é mister que sigamos princípios bíblicos claros na definição destes propósitos, fugindo da filosofia funcionalista e pragmática tão comum em nosso mundo, para a qual “os fins justificam os meios”.

A realidade mundial suscita que enfatizemos as redes e reconheçamos o valor dos bons relacionamentos na vida da igreja. Entretanto, utilizamos de forma mais clara alguns princípios como o da auto-organização da igreja (ou “autopoiesis”), crendo que ela deve se ajustar e ser modificada de acordo com as necessidades do contexto, naturalmente, sem perder a essência bíblica.

Cremos no valor de uma liderança capacitadora, “coaching”, ou servidora, formando continuamente novas lideranças. Uma liderança que não seja apenas performática, mas que olhe para o futuro e para a necessidade de continuidade do Evangelho.

É necessário reconhecer a contemporaneidade dos dons espirituais e a sua importância com relação ao desempenho dos ministérios da igreja. A relação entre dons e ministérios é fundamental para que esta cresça e cumpra os seus propósitos.

Um dos grandes desafios contemporâneos é levar a igreja ao desenvolvimento de sua espiritualidade, deixando a zona de conforto da tradição, em busca de um relacionamento mais vívido com Deus, marcado por uma espiritualidade contagiante, que deixe marcas positivas na história e um legado para a posteridade.

Cremos que as estruturas funcionais devem ser sempre adaptadas e ajustadas às necessidades, diferenciando doutrinas de métodos, estabelecendo o caráter absoluto das primeiras e o relativo e transitório dos segundos. Assim evitar-se-á a estagnação que muitas igrejas tradicionais experimentam.

Os cultos contemporâneos precisam ser mais inspiradores, sendo a Palavra de Deus central, o louvor é inspirativo e os relacionamentos profundos e agradáveis.

O evangelismo deve seguir receitas que fogem ao tradicional (nas praças, ônibus, etc), buscando novas alternativas nos lares, em pequenos grupos, em grupos especiais, etc.

Por fim, um grande desafio é aprofundar os relacionamentos intraeclesiásticos e extraeclesiásticos, tornando-os saudáveis e permeados pelo amor cristão, capaz de estabelecer unidade ao Corpo de Cristo e de tornar o Evangelho bem visto na comunidade secular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário