quinta-feira, 22 de abril de 2010

QUE GERAÇÃO SOMOS NÓS ?

O mundo tem mudado numa velocidade assustadora. As transformações ocorridas nos últimos cinqüenta anos são maiores que em todo o restante da história. Nesse contexto, o homem tem afirmado o controle da história e da realidade, e, através da ciência e da tecnologia, tem gerado mudanças em todas as áreas da existência.

As rápidas transformações têm provocado uma grande instabilidade na vida humana, que se vê sem referenciais concretos para se situar. O resultado disso é insegurança, falta de sentido existencial, falta de ideais e motivos, angústia, vazio e desespero. Essa conjuntura aumenta a insignificância, a solidão, o medo, a ansiedade, a depressão, a violência. Nessa caótica situação todos são afetados: homens, mulheres, brancos, negros, ricos e pobres.

Mas, se há um grupo que sofre sobremaneira com tal crise é a juventude. Juventude que está em constante mudança e que experimenta rápidas transformações, inclusive, na sua identidade, nos seus alvos e projetos e nas suas responsabilidades diante do mundo. É nesse sentido que se fala de gerações ligadas à juventude. Fala-se em Geração Rebelde na década de 50, Geração Hippie nos anos 60, Geração Yuppie dos nos 70, Geração Coca-Cola da década de 80 e Geração Shopping Center nos anos 90 e seguintes. Cada uma com características e modelos próprios.

Nesse início de século e milênio fala-se de alguns novos tipos de gerações. A primeira delas é a Geração Desiludida, aquela que perdeu a alegria de viver, perdeu os alvos, os objetivos, o prazer. Alguém chegou a dizer que é formada por “andróides melancólicos”, indivíduos programados, sem emoção, frios e acomodados, incapazes de ter iniciativa, de lutar e de sonhar. Vivem por viver, sem profundidade, sem intensidade, sem motivos e em completa solidão. É aquela geração cantada por alguém, que diante da finitude humana, afirmava: “meu heróis morreram de overdose”, ou “ideologia, eu quero uma pra viver !”, ou ainda, “vida louca, vida breve, já que eu não posso lhe levar, quero que você me leve”.

O segundo tipo é a Geração Hedonista, a que se entrega aos prazeres, perdendo todos os parâmetros do que se convenciona como normalidade. Perdeu todo o sentido na vida e por isso é insaciável e incansável na busca de satisfações ! Aliás, as sensações imediatas são o seu único motivo de viver, por isso precisam sempre de mais satisfações, de novas satisfações e de maiores satisfações. Entram num círculo vicioso sem fim. Experimentam todos os tipos de drogas, das mais fracas às mais poderosas. Experimentam todas as formas de sexo, as normais e as anormais. Descobriram até uma nova forma de tentar saciar o seu apetite descontrolado: o consumismo. Compram o que precisam e o que não necessitam, se endividam até o “pescoço”, se “atolam” com cartões de crédito e cheques pré-datados. Mas, acreditam que são felizes assim, acreditam e defendem sua normalidade. Todos os outros é que são anormais, diriam!

O terceiro modelo é a Geração “Pittbull”, a geração agressiva, violenta e destrutiva. Tão vazia, sem profundidade e sem ideais quanto as anteriores, mas que reage aos problemas contemporâneos de forma diferente. Frequenta academias, pratica lutas marciais, anda armada, passeia com seus “cãezinhos” pelas praças intimidando os outros. Seus corpos são saudáveis e perfeitos, suas mentes, entretanto, doentias e malignas. Ao contrário dos melancólicos, preferem andar em grupos, verdadeiras gangues, fazendo arruaças por onde passam. Curtos de inteligência, sujeitos à imbecilização, e sem sensibilidade esperam conquistar o mundo pela força. (quer dizer, se não dá para conquistar o mundo, eles pretendem ao menos conquistar a garota da rua onde moram!).

Tristes e caóticos os modelos das gerações desse nosso tempo, não é mesmo ?! E quanto a nós, juventude evangélica desses tempos de crise, quem somos ? Nos encaixamos nesses modelos acima ? Ou poderíamos dizer como o texto bíblico, que somos “a Geração Eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido”, aqueles que alcançaram a misericórdia do Senhor ? (I Pe 2:9,10). Se tivermos a coragem de responder segundo o texto bíblico, o que isso significa ? Qual a nossa identidade ? Quais as responsabilidades que estão diante de nós ? Quais nossos objetivos ?

A verdade é que uma geração que reconhece sua identidade, suas responsabilidades e seus ideais não pode ser marcada pelo vazio, desmotivação, inoperância, fracasso e desesperança. Nem tão pouco pela destrutividade, violência e imbecilização generalizada. Deve ser, outrossim, uma geração consciente, construtiva, equilibrada, lúcida, disposta a pagar o preço e de ser capaz de experimetar o processo de auto-transformação e transformação do mundo. Uma geração cheia de vida e de amor por Deus, por Sua causa e pelo Homem.

Que esta seja a Geração Eleita no novo tempo que surge !


Pr. Diogo Magalhães

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