sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A MÍDIA ESTÁ ACIMA DO BEM E DO MAL ?

A situação da mídia em nosso país é bastante privilegiada. Ela é apresentada como portadora da verdade, intérprete da realidade, formadora de opinião, influenciando todas as esferas da sociedade. Muitas vezes essa atitude é realizada acreditando-se na total imparcialidade e neutralidade da mídia. Muitos, entretanto, reconhecem o poder da mídia, mas defendem a idéia de que ela apenas reproduz a realidade. É lógico que muitos dos que defendem sua neutralidade estão diretamente ligados a ela. A questão aquí é: será que a mídia está realmente acima do bem e do mal?

Alguns pensadores chamam a mídia de “o quarto poder”, tal a sua influência nas questões sócio-econômicas e na política. Estudiosos comentam o alto grau de ingerência da mídia em questões nacionais e até internacionais, inclusive em momentos decisivos da história de algumas nações, entre elas, o Brasil. Foi nesse sentido que alguém afirmou que “quem detém o conhecimento, detém o poder”. A mídia, além da informação em si, detém uma alta capacidade de comunicação, que com certeza lhe concede um poder cada vez maior!

Ora, não é por acaso que muitos dos políticos brasileiros estão diretamente ligados à “indústria da informação”. Sendo assim, a mídia não pode ser tão imparcial e neutra quanto parece. Se tantos dos que estão no poder ou em busca dele estão diretamente ligados a ela, é porque a mesma tem algo a oferecer a eles. O que? Influência, glória, oportunidades de enriquecimento, empoderamento,etc...

Além de influenciar a política e a economia, a mídia influi diretamente sobre o “modus-vivendi” da população, produzindo a realidade. O que mais me chama a atenção, entretanto, é o quanto se defende a idéia de que a mídia não tem relação alguma com a produção de problemas sociais como a desestrutura ética, a violência, a prostituição, a licenciosidade sexual, a desestrutura familiar, etc. Isso acontece apesar de ser tão evidente o alto interesse da mídia em tais áreas, já que boa parte de sua programação enfatiza tais questões. Não é preciso fazer pesquisas para perceber que boa parte da programação da tv brasileira enfoca excessivamente temas como violência, sexualidade e a desestrutura familiar, por exemplo.

O que me pergunto é até quando engoliremos a posição ideológica de que “a mídia é 'boazinha'” ? Até quando aceitaremos que a mídia está acima dos interesses humanos, acima do bem e do mal ? Até quando a mídia e os seus financiadores continuarão a se omitir deixando de assumir a responsabilidade de colaborarem com a produção do caos social ? Até quando nós cristãos vamos deixar de reconhecer que a mídia tem parcela de responsabilidade pelo que tem acontecido ao nosso redor ? Até quando nos omitiremos de desenvolver uma atitude de confrontação para com a mídia ? Se nos queixamos da anarquia social, da destruição dos valores familiares, da licenciosidade sexual hoje defendida como “natural”, da violência que tanto nos incomoda, por que agimos como se tudo isso não tivesse uma causa específica que pudesse ser combatida ? Saibamos que a mídia é co-responsável por todas elas, pois muitas vezes defende a prática deliberada do mal e noutras se omite em relação à prática do bem, do justo e do verdadeiro, cumprindo o que diz o ditado popular: “quem cala, consente”.

À luz de tudo isso denunciemos a mídia, repudiemos a corrupção por ela produzida e lutemos pela sua redenção ! Que a mídia seja um grande instrumento de transformação humana e social, em Cristo !

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